Amores Perfeitos

Amores Perfeitos
Amores Perfeitos (arquivo pessoal)

quarta-feira, 24 de março de 2010

A língua portuguesa e a arte de fazer amor

Hoje de manhã recebi um email de um colega com uma piada sobre a dificuldade de se "fazer amor" imposta pelas armadilhas da língua portuguesa:

"A língua portuguesa é difícil até para fazer amor!

AMÁ-LA ou AMAR-TE?

O marido, ao chegar em casa, no final da noite, diz à mulher que já estava
deitada :
- Querida, eu quero amá-la.
A mulher, que estava dormindo, com a voz embolada, responde:
- A mala... ah não sei onde está, não! Use a mochila que está no maleiro do
quarto de visitas.
- Não é isso, querida, hoje vou amar-te.
- Por mim, você pode ir até Júpiter, Saturno e até à ..., desde que me
deixe dormir em paz..."

Não resisti. Admito que fui um pouco arrogante, mas tive de responder assim:

"Duas soluções simples para este 'desentendimento', também recomendadas pela gramática portuguesa:

'Querida, eu TE quero amar.'
'Não é isso, querida. Hoje TE vou amar.'

O pronome pessoal do caso reto "eu" e o advérbio de tempo "hoje" atraem o pronome oblíquo "te" para antes do verbo, o que se denomina próclise.

Também é recomendável usar sempre a mesma pessoa ("Tu"/"Te" - segunda pessoa do singular dos casos reto e oblíquo, respectivamente), em lugar de começar com a terceira pessoa ("Ela"/"Lhe"/"La"), na primeira frase e, depois, mudar para a segunda pessoa."

E ainda acrescentei, em outra mensagem:

"Ah, me esqueci de uma terceira opção, esta recomendada pela sexologia: o marido melhorar o seu desempenho no leito nupcial. Talvez, dessa forma, a amantíssima esposa deixe de ignorar o destino dele..."

Não pude deixar de me lembrar do poeta Camões e da sua "facilidade" em descrever algo tão intangível e indescritível quanto o amor:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

Há coisa mais bonita! Certamente, há! O que não me impede de admirar essa descrição do indescritível, essa antítese de sentimentos, essa quase sinestesia em forma de poesia (rimou!)

Célia Castro (C')

Um comentário:

  1. Depois o cara chega em casa querendo fazer sexo e a mulher diz que homem não tem romatismo.
    Muito bom.
    LH

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