Esperança
De
onde é que eu tiro essa esperança
De
que isto vai dar certo?
Deve
ser porque, quando estás perto,
Volto
a ter confiança.
Se
ficas longe, entretanto,
Novamente
me desespero,
Novamente
cai-me o pranto
Por
não vir o que eu tanto espero.
Espero
ouvir-te dizer
O
quanto gostas de mim,
O
quanto te dou prazer
E
que isso não terá fim.
Espero
cada vez menos
E
me tiras cada vez mais.
Encho
o corpo de venenos
E
a voz de tristes ais.
Então,
penso em te deixar,
Ou
serás tu quem me deixas?
Tenho
medo de falar
E
fugires das minhas queixas.
O
que mais queria saber
É
se não queres mais meu carinho.
Mas
tenho medo de te ouvir dizer
Que
preferes ficar sozinho.
Fico,
assim, neste dilema
Difícil
de resolver.
És
para mim um problema
Mas
não quero te perder.
Não
sei se o que mais me apavora
É
ouvir o que não quero
E
vê-lo ir embora
Enquanto
me desespero
Ou
ter de enfrentar a mim
E
à minha solidão
E
ter de cuidar sozinha, enfim,
Da
dor do meu coração.