Inspiração fugidia
Às
vezes sinto o peso do vazio:
Um
não-sentir que me enche de apatia,
Um
não-esperar mais do que o passar do dia,
Um
mar de chances para o qual não há navio.
“Não
me abandones!”, apelo à inspiração.
“Por
que não vives, então?”, ela responde inquiridora.
Pois,
para a poesia, uma alma sofredora
É
necessária para falar ao coração.
Mas
ainda posso ser feliz e escrever,
Palavras
não nascem só da dor,
Métricas
não cabem só no drama!
Mas
quem quer ser poeta e não ama,
Quem
não sente do desejo o calor
Não
conhece a beleza de sofrer.
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