Amores Perfeitos

Amores Perfeitos
Amores Perfeitos (arquivo pessoal)

sábado, 20 de março de 2010

Fazendo as pazes com o Sábado

Desde a minha adolescência, passei a não gostar dos Domingos. Para mim, era um dia triste, depressivo até. Como tantas outras pessoas com as quais conversei a respeito, ouvir a "musiquinha do Fantástico" me oprimia o peito. No meu caso, não por me lembrar que a segunda-feira estava a caminho, com os estudos e o trabalho da semana. Nunca me entristeceu nem cansou trabalhar ou estudar. Acho que a tristeza vinha do tipo de conteúdos que o programa mostrava, sempre com um quê de apocalipse, de excentricidade, de escatologia. Creio que fiz as pazes com o Domingo, embora não me agradem muito dias não úteis, com a revisão do conteúdo do programa...

Agora, passei a me angustiar com os Sábados, especialmente com a parte da manhã. É que os Sábados eram reservados, na minha adolescência, para uma espécie de "ritual da esperança" por um futuro melhor, mais divertido. Quem lê, até há de pensar que eu me produzia toda para "esperar alguma coisa de um Sábado à noite", cantaria Lulu Santos. Não. Na minha adolescência, era mais um dia de estudos, como outro qualquer. Também não podia sair de casa à noite. Nunca tive irmãos mais velhos - nem mais novos - nem parentes ou amigos próximos que me levassem ou acompanhassem nessas aventuras noturnas. Além disso, morava longe do centro, da badalação. É... não ia dar.

Depois, os Sábados se converteram em momento de proximidade com a família (minha mãe e meu pai), já que eu ficava durante a semana longe deles, no trabalho e nos estudos. Mais tarde, quando me casei, em oportunidade de ficar mais tempo com o meu então marido. Meu pai já se foi, minha mãe não me acompanha mais como antes, o marido já é "ex". Acho que foi isto: ficou um vazio onde já não existia muita coisa.

Por isso, o post de hoje é dedicado ao Sábado. Queria ficar mais tempo na cama, remoendo meu sono. Mas o sol petulante brilha lá fora e vem me afrontar como a dizer: "Sai já daí! Vem viver a vida que está aqui e não espera por ti". Acho que é isso o que vou fazer. Vou começar a fazer as pazes com o Sábado.

Um comentário:

  1. Celinha,
    gostei de ver a sua determinação para fazer as pazes... com o sábado e espero que com tudo que te incomoda.
    Continue com seus poemas, são lindos!
    beijo!
    Marina

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